Nesse espaço permito-me expressar minh'alma, sem ter que nada... nem tempo nem lugar... meus mergulhos...
Te convido a mergulhar comigo e compartilhar tuas impressões...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Desatando os nós...


Hoje é um dia especial... como todos deveriam ser... dias especiais, um de cada vez...

Num certo dia 17 de um certo mês de inverno frio e chuvoso – um mês chamado agosto – cheguei pelas bandas da serra gaúcha e não tive outra alternativa a não ser encarar essa estrada nova. Diziam que minha chegada estava prevista para setembro... mais próximo da primavera, mas se assim fosse, não seria uma leonina e sim uma virginiana... acho que foi por isso que me apressei... rsrs... melhor assim...

Hoje recebi muitas ligações, abraços de verdade, virtuais, msn, sms... me sinto nutrida e grata ao Universo por tantos amigos e seres especiais ao meu redor.

Então... passo aqui para registrar esse momento de plena gratidão e, tendo em mãos um poema que foi dedicado a mim e ao meu querido amigo e mestre Vilson Gavaldão de Oliveira, resolvo compartilhá-lo com vocês.


Esse poema foi escrito pelo querido amigo Idésio de Oliveira e fala de algo que permeia meus dias... o cantar.


Obrigada, Idésio, por traduzir em tão lindas palavras esse sentir e expressar...

Obrigada pela tua sensibilidade e amizade!




Desatando os nós

Idésio de Oliveira



Eu canto...

E o que me vem é dom.

Canto desde a aurora com as aves que despertam argamassas.

Os pios eu ouço e me calo desde o primeiro.

Embebedo-me e fico tonto e, pra espanto,

eu nem respiro.


Canto alto, tenor, baixo, em contralto, soprano por falsete.


Eu canto

e não sei donde brota este cantar...


Canto porque o vento nina as fraldas no varal!

Canto, e num abrir de porta há uma nota que ao louco

confinado, coitado, é o que lhe faria voar.


Ah!...

O canto faz revoadas e, antes que esqueça,

pode banir presidentes...

Afaga a dor e a dorme em colo

qual mãe que ao longe as dores do filho sente.


Canto e não sou pássaro,

e se a voz que eu trago vem por cordas,

por elas desato os nós.


Canto, mas quando escuto, quero o silêncio rouco.

Canto, e o meu prazer não tem medida quando canto em bando.


Canto, e um pio de ave atiça,

embora seja pena que, enquanto babemos em fronhas,

um sabiá ensaia um novo canto e tange a aurora pra despertar o mundo.


(Para o 1º Maestro e 1ª Professora de Técnica Vocal do Coral da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre: Vilson Gavaldão de Oliveira e Edna Jacobus. Pela dedicação e competência.)


Porto Alegre, Rua Riachuelo, 21.10.94 – 06:00

Blog do Idésio: http://idesiodeoliveira.blogspot.com/

Todos os direitos reservados. Reproduzir mantendo origem e os créditos do autor.


Mais um ano...




Aniversário... mais um ano se passou...

Essas palavras de Fernando Pessoa traduzem bem o meu momento.

Hora de trocar de roupa... hora de construir caminhos essenciais... caminhar por outras estradas... parar de ficar à margem de mim mesma!

Celebro este momento num mergulho de volta pra casa, para que, entregue à minha essência, eu devolva a alma à minha existência.

É hora de viver a plenitude de meu ser... é hora de parar de buscar explicações para o que acontece e justificativas para o que não se faz...

É hora de VIVER!




sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Diante de vários chamados...

Diante de vários chamados... cutucões... sacudões que a vida me deu, venho aqui iniciar ou reiniciar meu momento de escrita... e nada como uma parada forçada pra que isso venha à tona!

Venho aqui pra relatar alguns momentos recém vividos que me fizeram pensar, refletir, analisar ou simplesmente parar de fazer tudo isso. Silenciar para poder ouvir. Ouvir o que o Universo tem pra me dizer... ouvir o que meu coração tem pra me dizer... ouvir o que os pássaros, as flores, as nuvens, a chuva, o sol, o vento... tem pra me dizer... Não tenho ouvido nem a mim mesma. Como posso ouvir o TODO? Pois bem, ou se tira um aprendizado de cada situação ou passa-se pela vida com dor e sofrimento.

Venho de um mês emocionalmente turbulento aonde, todos os dias, pra não dizer todas as horas, minutos, segundos, me questiono em como fazer pra realizar meu sonho que, por mais certeza que eu tenha sobre a validade de sua materialização, as dúvidas são esmagadoramente vencedoras. Essa angústia contínua faz com que meus dias sejam povoados de indecisões, dúvidas, conflitos dos quais tento sair, para os quais tento achar soluções, mas me percebo em um círculo vicioso que muda apenas de tonalidade, porém, a intensidade permanece.
Nesse quadro todo, minha filha adoece com suspeita dessa gripe tão falada e assustadoramente invasiva. Começa um tratamento e eu começo com os sintomas da mesma. Resultado: ambas de ‘molho’ e em isolamento domiciliar por sete dias. Graças aos céus meu filho passa forte e imune. Então... me vejo sem poder sair, meu corpo pede cama, uma tosse infernal invade todos os cantos da casa e minhas aulas e atividades com meus alunos ganham sinal vermelho por alguns longos dias. Porém, incrivelmente diferente de outros momentos da minha vida, aceito essa situação sem tensão, e entrego. Cuido da filha, mas não esqueço de cuidar de mim também. Medito, leio, oro e fico em silêncio. O segredo é não entrar na pressão externa... é se voltar pra dentro e entregar. Confiar. Ou a gente aprende com as situações adversas ou sucumbe a elas.

É... honestamente, acho que eu precisava dessa parada para poder limpar a mente, para terminar de ler alguns livros que comecei e deixei na cabeceira da cama, para voltar a dedicar algum tempo à escrita, colocando em palavras um pouco desse movimento louco que circula dentro de mim... Por incrível que pareça esse momento de ‘reclusão social’ envolto em preocupação e insegurança, passados os primeiros dias, foi e está sendo um momento de reconexão comigo, com minha essência, num espaço aonde minha mente parece ter clareado, arrumado os quartos e limpado a sala de visitas.

Quem dera todos os momentos de tumulto pudessem ser assim: limpei mágoas, desapeguei de sofrimentos passados, reconheci e perdoei pessoas, situações e a mim mesma e, reconhecendo que tudo estava certo e perfeito, me reconectei com Deus e me fortaleci. Então... volto a me ouvir, a me perceber melhor e com isso, posso ousar ouvir e perceber o outro. Nesse momento esvazio a xícara e abro novamente as portas da sala de visitas!