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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Retorno...


Minhas raízes verdadeiras me levam pra esse povo, com o qual me identifico tanto que, ao ler, ouvir, saber, recordar... sinto um aperto de saudade que nem sei ao certo de que, mas sei que é real. É algo que se mantém vivo dentro de mim e vem a tona nos momentos mais importantes e marcantes dessa minha trajetória por aqui... Por isso que, cada vez mais, a música celta é uma manifestação de reencontro e reconexão pra mim. Compartilho aqui, um trecho de um livro que ‘caiu’ em minhas mãos através de uma pessoa muito especial, e que me trouxe entendimentos e me convidou a trilhar um caminho de retorno... de retorno ao lar...

Se alguém quiser ler algo sobre a história da civilização celta e druidismo, uma obra séria a respeito, recomendo ‘UMA LUZ SOBRE AVALLON – Celtas e Druidas’, de Maria Nazareth Alvim de Barros, pela Editora Mercuryo (1994).

Abaixo, na íntegra, o capítulo 7, um fechamento...



'Para Terminar'


A instituição druídica desapareceu, lentamente, a partir do primeiro século a.C. na Gália, mas manteve-se até o século VI d.C. na Irlanda e na Grã-Bretanha. Isto não quer dizer que o druidismo tenha desaparecido. O que morreu foi a instituição druídica, mas sobreviveram os ensinamentos, a mentalidade, o pensamento e as crenças... enfim, o gosto pela aventura e pelo desconhecido que, incluindo o risco sob todas as formas, impulsiona o homem a ir sempre adiante.

O druidismo, refugiado nas florestas, continuou a ser praticado e, pela tradição oral, transmitido de geração a geração, talvez tenha sido transformado em fantasia; mas ele faz parte do inconsciente coletivo do homem ocidental que, romanizado, e mais tarde cristianizado, carrega dentro de si mesmo a chama que jamais se apagou. Esse ressurgimento corresponde a uma necessidade profunda e inconsciente de retorno às origens, às raízes que se perderam para o homem ocidental. Esta tradição, que foi mascarada, ocultada, adulterada pela lógica aristotélica e pelo pensamento cristão, existe, e não é preciso muito esforço para que se torne visível.

Cabe ao homem sair à “procura”:


desbravar as florestas

atravessar os desertos

singrar os mares

rasgar os ares...


O riso enigmático dos druidas, o hermetismo de sua linguagem eivada de hipérboles e metáforas, os caminhos tortuosos que levam aos Sîde, podem desviá-lo do rumo certo. Mas o homem-herói não se verga diante de tentativas e perdas; ao contrário, ele é sempre capaz de recomeçar a busca, mesmo quando ela se configura como difícil e interminável, porque só desta forma ele ultrapassa o real, transcende a esfera humana e descobre as trilhas que o conduzirão ao Outro Mundo. E então, no seio dos deuses e das deusas, ao som das harpas, ele será capaz de conciliar o inconciliável:


o indivíduo e a coletividade

o espírito e a matéria

o bem e o mal

a noite e o dia

o passado e o presente

o mito e a história

a vida e a morte

Deus e a humanidade...


Todos os direitos reservados. Reproduzir mantendo origem e os créditos da autora.



segunda-feira, 19 de outubro de 2009



Sou quem sou... misto de lua e sol
Atrás de um véu se esconde minha verdadeira face
Trago aconchego, dor e alegria, trago prazer... doce entrega em suaves ventos
Sou luz e escuridão... paz e turbilhão...
Se me decifras, tens o paraíso...
Se me tocas fundo, ganhas o céu
Sou mulher, sou filha, sou mãe
Sou aquela que busca e traz... que leva e devolve...
Medos? Quem não tem?
Dúvidas... transparência
Porém, enlouqueço nas tramas da ilusão
Mas... se me decifras, podes ter o paraíso,
Se me conquistas, te entregarei a chave
Se me tocas fundo, terás meu céu!

Todos os direitos reservados. Reproduzir mantendo origem e os créditos da autora.