domingo, 7 de março de 2010
Luz de Prata
Lua cheia
Prata debruçada nas águas
O poder das ondas em matizes
Luz que brilha
Luz que envolve
Desperta o meu ser em transformação
Um toque mágico
Dissolve os medos
Transmuta a dor
Vivifica o amor
Banho-me na prata pura
E de volta a mim me enxergo na Deusa
Voltei
Estou pronta agora
O momento é já
E em mim se fortalece
O amor verdadeiro
Que em nós se manifesta em plenitude
Te espero ansiosa
Te espero na luz
Te espero lunar
Pra despertar o meu sol!
Porto Alegre, 03/03/2010
Todos os direitos reservados!
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Você vem...
Como posso desejar você
Se nunca olhei em seus olhos
Como posso sentir suas mãos nas minhas
Se você nunca me tocou de fato
Como posso aquecer meu corpo
Só de pensar que você se aproxima
Como posso esquecer de toda a dor
Só admirando o seu sorriso
Você vem de longe
Você vem
Você vem da minha terra
Sim você vem
Como posso não sorrir quando eu acordo
Se você sorri pra mim a cada amanhecer
Como posso não reverenciar o sol
Se você me fez lembrar da vida
Como posso não agradecer a cada manhã
Se você me banha de bênçãos todos os dias
Como posso não te amar
Se você me trouxe de volta pra mim
Você vem de longe
Você vem
Você me trouxe de longe
Sim você vem
Como posso deitar sem te abraçar
Se você está aqui comigo
Como posso não sentir o seu corpo no meu
Se já somos UM
Como posso não reverenciar a Lua
Se você reverencia a Deusa em mim
Como posso não te amar
Se você me trouxe de volta pra mim
Você vem de longe
Você vem
Você me trouxe de volta
Sim você vem
Porto Alegre, 26 de fevereiro de 2010
23:05
Se reproduzir, manter os créditos da autora.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Certeza
Quantas vezes precisarei crer,
Rever, olhar, buscar
Não importa
Se os ventos soprarem
Para o lado oposto
Não importa
Se a vela do barco se debater
Para manter o rumo
Não importa
Se por todas as vezes
Parecer sonho, apenas sonho
Loucura da minha mente
Desvario do coração
Meu centro vital se expande
Meu olho conecta
Meu brilho encontra tua luz
Não importa
Quantos rios e mares terei de cruzar
Quantos vendavais e terremotos
Terei de enfrentar
Estarei contigo
Serei contigo
Seremos UM!
Todos os direitos reservados. Se reproduzir, manter os créditos da autora!
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Lampejos...
Faz tempo... faz muito tempo
Numa terra distante...
Meu coração batia tão forte, num pulsar tão violento
Que pensei ser meu fim
Cavalgava estonteantemente de um lado ao outro
Procurava o rosto do meu amado
Algum vestígio
Algum sinal
Porém, nada encontrava e,
Quanto mais adentrava aquele campo fechado
Mais me perdia de mim mesma
A sensação de enlouquecer se apoderou de mim
Não suportaria perdê-lo novamente
Não suportaria não ter chegado a tempo
Uma nuvem cinza inundou meus olhos
E como num feitiço
Me tirou do ar...
Flutuei... o mundo girava em cores
Não me sentia, não sentia nada e sentia tudo
Podia ver tudo de uma forma brilhante e presente
Já não cavalgava, mas caminhava suavemente
O campo já não era denso, e sim, repleto de flores
O que antes era cinza, agora ganhara uma luminosidade que quase cegava...
Ao me aproximar de uma rocha, mais adiante,
Senti um aroma peculiar... um perfume que me fazia querer me aproximar mais e mais
E, um pouco além, reconheci um olhar que me trouxe paz
Um olhar pelo qual procurei incessantemente
E em vão por tanto tempo
Mas não consegui tocá-lo
Não consegui abraçar aquele corpo forte e presente
Nem tocar seu rosto amável
Nem sentir mais uma vez o toque da sua boca na minha
Encontrei quem eu tanto procurava, mas não havia mais tempo
Já se passara o tempo possível
No tempo além... outro quadro ganhava forma
Então, acordei num susto
E percebi que já havia sido
Meus olhos transbordavam
Quanto mais tentava entender
Mais me perdia de mim...
14/fev/2010 - 1h 24min
sábado, 26 de dezembro de 2009
E se...
Chega essa época, uma névoa de sensações e emoções toma conta do meu ser e me pergunto: será que é a tal revisão de final de ano? Mas creio que é algo que vai além disso... a gente entra num turbilhão, num corre-corre pra lugar nenhum, pra satisfazer expectativas de quem não sabemos e além do mais, num estresse pra suprir demandas que não escolhemos (ou escolhemos inconscientemente). Tem a tal revisão do que deixamos pra trás, do que não fizemos, do que não ouvimos, do que não aproveitamos, do que não vivemos... mas dificilmente olhamos e focamos em tudo o que fizemos e vivemos no ano que passou.
Fazendo uma revisão do que era o Natal pra mim, na minha infância, vem uma saudade ou nostalgia de uma ilusão que ao menos me preenchia. Sempre tínhamos uma noite especial, no reduto acolhedor da nossa casa, com minha mãe coordenando. Comida boa, flores, enfeites de Natal, alegria e união mesmo que aparente. Como eu ainda não tinha meu dinheirinho naquela época, ficava imaginando que presente eu faria pra cada um dos irmãos, pai, mãe e meu fiel companheiro, o Petit, meu cachorro, cruza de pequinês com fox, que chegou como uma bolinha, por isso o nome “Petit Pois”, aos meus três anos de idade. Vasculhava os badulaques da casa, como potes, fios, fitas e acabava fazendo porta-lápis, caderninhos de endereços, envoltos em papel colorido ou desenhos (que, tá certo... não ficavam lá essas coisas, mas... eram feitos com o coração e neles colocava meus mais profundos desejos de boas energias pra quem fosse). Isso era feito com o coração. Sempre gostei de fazer os presentes pra quem eu amava, mas a correria na qual nos encontramos hoje por vezes nos afasta e muito do real significado dessa data.
E se a gente voltasse a ser e sentir algo mais natural, mais verdadeiro e nos uníssemos num círculo de convivência sincera?
E se todos pudessem ser como são, ao menos por uma noite, mostrar suas verdades, suas fragilidades sem ser questionados ou culpados... ou criticados?
E se, ao menos por uma noite, as pessoas experimentassem tirar suas máscaras e se mostrar sem maquiagem ou disfarces...
E se a gente, ao menos por uma noite, pudesse abraçar de verdade sem antes olhar a roupa que o outro está vestindo, ou a cor da pele, ou saber que idéia defende ou que religião pratica...
E se a gente pudesse beijar o rosto dos nossos velhinhos com o mesmo amor que uma criança esperada é recebida...
E se a gente, por ao menos uma noite, olhasse com a atenção merecida o que as nossas crianças tem a nos ensinar...
E se a gente pudesse ser a criança que existe em nós, por ao menos uma noite, dançar, rodopiar, pular, falar besteira sem julgamento... ser feliz e alegre pelo simples fato de existir...
E se a gente ousasse ser autêntico aceitando que somos luz e sombra e aceitando cada um como é, sem querer sempre dar a última palavra...
E se a gente pudesse olhar nos olhos, uns dos outros, e falar aquilo que sentimos, enaltecendo as qualidades e características de cada um que encontrássemos, dando um abraço verdadeiro e manifestando o que o nosso coração sempre quis manifestar, mas por causa de nosso padrões rígidos nunca permitimos?
E se a gente respeitasse, amasse, ouvisse, olhasse, falasse, cantasse, dançasse... vivesse comandado pelo coração e com a mente desperta... em comunhão com todas as raças, com todos os seres, com todos os reinos, respeitando nossos irmãos humanos, nosso irmãos animais, nossos irmãos vegetais... e todas espécies de seres visíveis e invisíveis?
E se amássemos e respeitássemos nossa casa, a Mãe Terra?
Ainda há tempo de voltar pra casa e resgatar os valores que foram sendo perdidos, esquecidos ou endurecidos pelo caminho e abraçar com força a Nova Terra. Eu acredito que Um Novo Mundo é possível! E ele começa dentro de cada um de nós. Você tem coragem de abraçá-lo?
Vamos?
Imagens encontradas na internet:
- 'Reflexion Painting' - Jacqueline Brochu (fineartamerica.com)
- www.leolicensing.com
- powerfulintentions.org
Todos os direitos reservados. Se reproduzir, manter os créditos da autora!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Retorno...
Minhas raízes verdadeiras me levam pra esse povo, com o qual me identifico tanto que, ao ler, ouvir, saber, recordar... sinto um aperto de saudade que nem sei ao certo de que, mas sei que é real. É algo que se mantém vivo dentro de mim e vem a tona nos momentos mais importantes e marcantes dessa minha trajetória por aqui... Por isso que, cada vez mais, a música celta é uma manifestação de reencontro e reconexão pra mim. Compartilho aqui, um trecho de um livro que ‘caiu’ em minhas mãos através de uma pessoa muito especial, e que me trouxe entendimentos e me convidou a trilhar um caminho de retorno... de retorno ao lar...
Se alguém quiser ler algo sobre a história da civilização celta e druidismo, uma obra séria a respeito, recomendo ‘UMA LUZ SOBRE AVALLON – Celtas e Druidas’, de Maria Nazareth Alvim de Barros, pela Editora Mercuryo (1994).
Abaixo, na íntegra, o capítulo 7, um fechamento...
'Para Terminar'
A instituição druídica desapareceu, lentamente, a partir do primeiro século a.C. na Gália, mas manteve-se até o século VI d.C. na Irlanda e na Grã-Bretanha. Isto não quer dizer que o druidismo tenha desaparecido. O que morreu foi a instituição druídica, mas sobreviveram os ensinamentos, a mentalidade, o pensamento e as crenças... enfim, o gosto pela aventura e pelo desconhecido que, incluindo o risco sob todas as formas, impulsiona o homem a ir sempre adiante.
O druidismo, refugiado nas florestas, continuou a ser praticado e, pela tradição oral, transmitido de geração a geração, talvez tenha sido transformado em fantasia; mas ele faz parte do inconsciente coletivo do homem ocidental que, romanizado, e mais tarde cristianizado, carrega dentro de si mesmo a chama que jamais se apagou. Esse ressurgimento corresponde a uma necessidade profunda e inconsciente de retorno às origens, às raízes que se perderam para o homem ocidental. Esta tradição, que foi mascarada, ocultada, adulterada pela lógica aristotélica e pelo pensamento cristão, existe, e não é preciso muito esforço para que se torne visível.
Cabe ao homem sair à “procura”:
desbravar as florestas
atravessar os desertos
singrar os mares
rasgar os ares...
O riso enigmático dos druidas, o hermetismo de sua linguagem eivada de hipérboles e metáforas, os caminhos tortuosos que levam aos Sîde, podem desviá-lo do rumo certo. Mas o homem-herói não se verga diante de tentativas e perdas; ao contrário, ele é sempre capaz de recomeçar a busca, mesmo quando ela se configura como difícil e interminável, porque só desta forma ele ultrapassa o real, transcende a esfera humana e descobre as trilhas que o conduzirão ao Outro Mundo. E então, no seio dos deuses e das deusas, ao som das harpas, ele será capaz de conciliar o inconciliável:
o indivíduo e a coletividade
o espírito e a matéria
a noite e o dia
o passado e o presente
o mito e a história
a vida e a morte
Deus e a humanidade...
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segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Atrás de um véu se esconde minha verdadeira face
Trago aconchego, dor e alegria, trago prazer... doce entrega em suaves ventos
Sou luz e escuridão... paz e turbilhão...
Se me decifras, tens o paraíso...
Se me tocas fundo, ganhas o céu
Sou mulher, sou filha, sou mãe
Sou aquela que busca e traz... que leva e devolve...
Medos? Quem não tem?
Dúvidas... transparência
Porém, enlouqueço nas tramas da ilusão
Mas... se me decifras, podes ter o paraíso,
Se me conquistas, te entregarei a chave
Se me tocas fundo, terás meu céu!
Todos os direitos reservados. Reproduzir mantendo origem e os créditos da autora.